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09-03-2007

Está a ser feita a exploração de duas valas (lixeiras conventuais)


Museu de Aveiro - Achados arqueológicos obrigam a parar reabilitação

A descoberta de construções antigas e de "milhares de peças" pararam as obras de reabilitação e ampliação do Museu de Aveiro, informou hoje o responsável pela equipa de arqueólogos que faz o acompanhamento.

Em declarações à Agência Lusa, Miguel Marques, da empresa de arqueologia "Mythica" que acompanha a obra, precisou que os trabalhos no interior do Museu estão parados, para permitir a escavação pelos arqueólogos de cerca de 150 metros quadrados, e só deverão prosseguir após uma reunião em que poderá ser decidido fazer algumas alterações ao projecto, para afastar a intervenção dos pontos em que há maior concentração de achados.

Está a ser feita a exploração de duas valas (lixeiras conventuais), próximas da antiga cozinha do Convento de Jesus, de onde tem saído grande quantidade de faiança do século XVII e posterior, como taças, tigelas, formas e mesmo fragmentos de vidro.

A deposição de "imensas conchas", búzios, mexilhão e até ostras revelam que os bivalves entravam regularmente na dieta alimentar das freiras daquela casa conventual, onde viveu a princesa Santa Joana.

Do que apareceu até agora, uma peça singular intriga os arqueólogos. Trata-se de uma pequena escultura, provavelmente em osso, sem cabeça, que não parece ter cariz religioso e representa duas figuras viradas de costas, a tocar um instrumento musical, tipo viola.

"As escavações vão avançar muita informação que pode afinar ideias sobre a reconstituição da vida conventual e a evolução e afectação do espaço", admitiu Miguel Marques.

A concentração de inúmeros alfinetes em bronze, na transição entre o edifício existente e o exterior, poderá trazer novos esclarecimentos sobre uma actividade em que as dominicanas de Aveiro foram famosas, a da sua escola de bordados.

"A paragem deverá demorar cerca de um mês, mas estamos a cumprir os prazos, porque temos consciência de que a obra tem de prosseguir e o Museu precisa daquele espaço", esclareceu Miguel Marques, assegurando que o levantamento está a ser feito "da forma mais científica possível, atendendo à monumentalidade e complexidade da escavação".

Segundo o arqueólogo, está garantida a preservação pelo registo, sendo o espólio geo-referenciado e avaliado com grande rigor.

"A área será depois protegida com manta geotêxtil e camada de inertes para a obra prosseguir", adiantou.

A reabilitação e ampliação do Museu de Aveiro havia já estado suspensa três semanas, na parte exterior, onde decorre a construção de um novo bloco, devido ao aparecimento de mais de uma dezena de estruturas (tais como muros, sistemas hidráulicos complexos e de escoamento), que corresponderão ao período entre os séculos XVII e XVIII, em que uma "nova" ala conventual se veio sobrepor a edificações anteriores.

Apesar de Miguel Marques afirmar que "só depois do trabalho concluído o puzzle se vai encaixar", está convicto de que essas edificações serão o prolongamento do antigo mosteiro.

Tudo aponta para um dado novo: o Convento de Jesus era maior do que hoje é visível e as edificações que apareceram "não coincidem" com a planta de Domingos Maurício dos Santos, que publicou a mais completa obra sobre aquela casa conventual, descrevendo as sucessivas ampliações com base nos documentos do próprio convento.

"A parte nordeste está impregnada de estruturas interligadas", descreve o responsável da "Mythica".

Miguel Marques afasta a hipótese de as estruturas corresponderem a habitações independentes do convento, depois integradas na sua cerca, quer pela dimensão, quer pela continuidade entre o interior e o exterior do edifício hoje visível, nomeadamente do complexo e original sistema hidráulico, que seria para distribuição interna de água.


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